
«Continuamos a crescer em Portugal, em especial no Factoring de Exportação»
No arranque desta entrevista faz sentido lembrar desde logo a pujança do BNP Paribas, grupo bancário internacional francês considerado o 8º maior banco do Mundo, presente em 75 países com mais de 190 mil funcionários.
É, sem dúvida, a grande retaguarda que apoia incondicionalmente o BNP Paribas Factor, e este pormenor (muito importante) não passou despercebido na conversa que Luís Augusto manteve com os jornalistas da PAÍS€CONÓMICO.
«Ter uma boa retaguarda fortalece imenso a nossa competitividade. E nós dispomos dessa retaguarda forte, que é importante na relação que temos com os nossos cerca de 350 clientes e nos negócios que com eles realizamos», chamou a atenção Luís Augusto, CEO da BNP Paribas Factor.
Embora disponha de uma oferta muito alargada de soluções: Factoring Completo, Factoring de Exportação, Factoring Internacional, Confirming ou “Reverse Factoring”, Factoring Confidencial, Factoring Notificado e Não Gerido, e Serviços especializados de Cobranças, Luís Augusto não esconde que o facto da BNP Paribas Factor continuar a ter um crescimento sustentável em Portugal, «deve-se especialmente ao bom comportamento das exportações portuguesas e, consequentemente, ao excelente trabalho que vem sendo realizado pelas empresas exportadoras. É um crescimento notório que já ocorre há uns anos a esta parte», sublinha Luís Augusto.
Apoio à indústria exportadora
O CEO da BNP Paribas Factor lembra um outro aspeto importante na dinâmica deste crescimento.
«A nossa sede no Porto esteve sempre muito ligada à indústria nacional e dos muitos clientes que possui, a grande parte tem a ver com empresas ligadas à indústria exportadora. E quando a indústria começa a exportar e a desenvolver-se, é evidente que a nossa atividade também cresce mais. Por outro lado, temos deacompanhar de perto a evolução do mercado do Factoring e estar atentos ao lançamento no mercado de novos subprodutos inovadores e eficazes. Um exemplo desse esforço está patente no Reverse Factoring/Confirming, que em vez de financiar o nosso cliente direto, vai financiar o fornecedor do nosso cliente», revelou Luís Augusto, que seguidamente daria mais um exemplo da tendência inovadora da BNP Paribas Factor em termos de novas soluções.
«O Factoring “Pan-European” é uma solução única no que respeita à sua capacidade em tratar das faturas e gerir a conta-clientes de uma empresa portuguesa e das suas filiais no estrangeiro, a partir de Portugal. E tem merecido uma forte adesão da parte dos nossos clientes, que se distribuem quase em pé de igualdade por Lisboa e Porto.», referiu Luís Augusto.
Lembrando que a BNP Paribas Factor foi a primeira empresa de Factoring em Portugal a aderir à Factor Chain International (FCI), uma associação internacional presente em 82 países (incluindo os 17 países onde a BNP Paribas Factor está presente), Luís Augusto fez questão de lembrar que os clientes sob a égide da sede da sua empresa no Porto e da filial em Lisboa, são essencialmente clientes ligados a todo o tipo de indústrias: Indústria Transformadora, Indústria Automóvel, Indústria Corticeira, Indústria Agro-Alimentar, dispondo também de uma área de Serviços que trabalha com vários tipos de empresas, nomeadamente nas áreas dos Recursos Humanos, Retalho e outras.
Porquê escolher Portugal
Luís Augusto faz parte do BNP Paribas Factor desde 2015, mas está ligado ao Grupo BNP Paribas desde 2000. Recentemente passou também a exercer a função de CEO da sucursal do BNP Paribas Factor em Espanha.
A nosso pedido explica as razões que levaram o seu grupo a escolher Portugal para desenvolver a sua atividade.«A vinda para Portugal do Grupo BNP Paribas em 1985 teve a ver com a abertura por parte do Governo de Portugal ao investimento dabanca internacional. Houve essa abertura, o Banco de Portugal abriu a concessão de licenças à banca internacional, e houve três bancos que vieram para Portugal nessa altura: Générale des Banques (banco belga), Citi Bank e o BNP Paribas. Em 1985 foram estes os três bancos internacionais a abrirem filiais em Portugal. Dois anos depois, em 1987, a BNP Paribas Factor estabelece-se no Porto pela mão de Alcino Cardoso, antigo Secretário de Estado do Governo português e passou a ser a primeira filial mundial de Factoring do Grupo BNP Paribas e a instalar-se em Portugal, e com muito sucesso», chamou a atenção Luís Augusto, CEO da BNP Paribas Factor, que a este propósito referiu ainda que «a opção por Portugal serviu para testar este novo produto, tornando-se um projeto-piloto, e constituiu uma oportunidade porque Portugal é um país com uma boa base de pequenas e médias empresas exportadoras para as quais os produtos da BNP Paribas Factor se encaixam na perfeição», salientou Luís Augusto.
Factoring – Depois da tempestade, a bonança
Numa apreciação direta ao comportamento e importância do setor do Factoring em Portugal, Luís Augusto é muito preciso.
«Faço uma análise em duas fases. Até 2011 o Factoring em Portugal vinha crescendo todos os anos a dois dígitos. Mas devido à crise que ocorreu precisamente nessa data, o mercado do Factoring foi atingido abruptamente por essa mesma crise, ressentiu-se, e nós também. O mercado de Factoring em termos de números é medido pelo volume de faturas emitidas pelas empresas de Factoring. Esse volume era em Portugal em 2011 de cerca de 27 mil milhões de euros, e a partir de 2012, de um instante para o outro, esse volume desceu para 22 mil milhões de euros. Perderam-se num só ano 5 mil milhões de euros. Desde então vem crescendo lentamente. Em 2017 o volume de faturas emitidas pelas empresas de Factoring atingiram os 24 milmilhões de euros e estamos a prever que em 2018 se atinjam os 27 mil milhões de euros, que foi o valor registado em 2011. Há sinais que apontam para esse caminho, o mercado em 2017 cresceu 7%, e há uma perspetiva de se crescer em 2018 entre 7 e 10%. E isto porque dentro do Factoring Doméstico e o Factoring de Exportação (essencialmente estes dois) estão a crescer sustentavelmente. Há indicadores que prevêem que o mercado português continue a crescer e, por arrastamento, a BNP Paribas Factor também voltará a crescer», projetou Luís Augusto, para a este propósito acrescentar ainda que a perspetiva da BNP Paribas Factor para 2018 é de crescer entre 10 a 15% acima do mercado. «Estando os nossos clientes a vender mais, nós também fazemos mais negócios. E por outro lado há novos produtos que lançamos e que estão a ter uma boa aceitação por parte dos nossos clientes. Tudo isto cria uma clima de confiança e é bom para ambas as partes: para a BNP Paribas Factor e nossos clientes», reforçou Luís Augusto.
Aplicação “My View” – um sucesso
São cerca de 350 os clientes que têm operações de Factoring com a BNP Paribas Factor, e são empresas que por norma exportam para mercados como França, Alemanha, Espanha, Reino Unido, e também Brasil e China, embora estes dois mercados tenham “sofrido” bastante nestes últimos anos, continuando porém a ser para os nossos clientes «mercados muito importantes», esclareceu o CEO da BNP Paribas Factor, empresa que recentemente lançou no mercado a “My View”, uma aplicação dedicada a gerir o seu contacto de Factoring através de smartphones ou tablets, e que está a ter grande aceitação e muito sucesso.
A importância da parceria com a FCI
Luís Augusto aproveitaria a oportunidade para chamar a atenção para o facto da BNP Paribas Factor ter sido a primeira empresa de Factoring em Portugal a aderir à Factors Chain International (FCI), uma associação internacional, que está presente em 82 país, e cujo objetivo é facilitar o comércio internacional, fornecendo factoring transfronteiriço, abrangendo as empresas de factoring independentes em todo o mundo.
«Se uma empresa portuguesa pretende exportar – por exemplo – para um país como o Bangladesh ou o Peru, onde nem sempre é fácil concretizar uma operação comercial, nós conseguimos estar presentes nesse país através do nosso associado. É esse associado local que faz a cobrança da fatura de exportação por nós, e nós fazemos a mesma coisa por eles. Uma empresa do Bangladesh que queira vender para Portugal nós temos para com o nosso associado o mesmo procedimento, incluindo a avaliação do risco da operação», sublinhou Luís Augusto, que no fecho desta entrevista e em jeito de mensagem aos seus clientes, disponibilizou-se para os acompanhar no seu crescimento.
«Temos muitos cliente históricos que nos acompanham há mais de duas décadas, agradecemos-lhes a confiança que em nós depositaram, e estejam certos de que tudo faremos para continuarmos a seu lado, procurando fortalecer a nossa relação e conseguirmos juntos o sucesso que procuramos», finalizou Luís Augusto, CEO da BNP Paribas Factor, empresa que atualmente ocupa o “Top 3” no ranking das maiores empresas de Factoring a operarem em Portugal,
Entrevista de Valdemar Bonacho
Fotos de Rui Rocha Reis